© Annabel Mehran
Está um tipo com ar de psycho na mesa em frente. Olhamo-nos. Ostenta uma expressão estranha, como se se fosse escaqueirar a rir a qualquer instante, o que, numa base permanente, é uma expressão um pouco sufocante. Ao mesmo tempo que assume uma postura doce e inofensiva, lembra-me também o filho da puta do marido de uma amiga, que desapareceu sem uma palavra, abandonando-a, grávida e de pé partido, para ir viver com uma – essa sim – psicopata. O psycho, este diante de mim, tem um PDA erguido em cima da mesa, a apontar na minha direcção. Estará a filmar-me? Vou-lhe à tromba? Entretanto, chega outro indivíduo e fala-lhe em inglês. Afinal o tipo não é de cá e talvez isso explique muita coisa. Nessa altura apercebo-me de que estou há meia hora com os phones nos ouvidos sem ouvir música. Preciso de acalmar-me. Pressiono o botão do play depois de seleccionar o novo álbum do Antony. Faz-se luz.
2 comentários:
hmmm. devo dizer que o pudim de morangos tem bom aspecto. * :)
não digas mais nada. já tinha conseguido parar de salivar.
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